Introdução
O termolibertarianismodescreve essencialmente o sistema político em que um governo prioriza o direito do indivíduo de possuir propriedade e desfrutar da liberdade (Takala, 2007). O termocapitalismopor outro lado, é descritiva de um sistema econômico que prioriza a propriedade privada por meio da comercialização de produtos manufaturados em um mercado livre (Klein, 2007). As teorias do libertário e do capitalismo foram apresentadas pela primeira vez no decurso dos 17ºe 18ºséculos na Europa (Takala, 2007).
Este período, que também foi marcado pela industrialização em várias nações europeias, veria a pressão por mais direitos por parte dos cidadãos cujas vidas foram rapidamente transformadas pela invenção da produção em massa. Houve comparações entre o libertarianismo e o capitalismo porque essas teorias apóiam a preservação dos direitos humanos e o direito do cidadão comum de ter sua propriedade e sua vida protegidas pelo estado (Takala, 2007). No entanto, a manifestação dos reais efeitos do capitalismo nas últimas cinco décadas prova que existem consideráveis diferenças práticas entre essas duas teorias.
Diferenças entre capitalismo e libertarianismo
Em primeiro lugar, o libertarianismo é uma teoria política que sustenta que os cidadãos privados têm direitos individuais, enquanto o capitalismo é uma teoria econômica que afirma a importância de proteger a empresa privada e a propriedade para promover o desenvolvimento do mercado livre e aumentar o capital. A principal diferença entre essas duas teorias, porém, tem a ver com as estruturas políticas e econômicas que surgem na sociedade como resultado de sua prática. A lei libertária promove os direitos de todos os indivíduos de alcançar seus objetivos profissionais e pessoais, desde que não infrinjam os direitos de terceiros. Em teoria, o capitalismo parece apoiar o mesmo conceito.
Na prática, entretanto, o capitalismo atinge o oposto do que a lei libertária promove. Em qualquer nação que implemente o capitalismo, os cidadãos têm o direito de acumular mercadorias trocáveis, como dinheiro ou mesmo propriedade (Klein, 2007). Isso então inspira os proprietários ricos a diversificar em vários setores, procurar matérias-primas mais baratas e até mesmo cortar salários em um esforço para obter mais lucros. Isso naturalmente infringe os direitos dos trabalhadores. Em termos legais, o capitalismo prioriza as leis objetivas sobre os direitos dos cidadãos. O capitalismo de compadrio é hoje comum em muitas nações devido à dedicação que as empresas mostram aos seus acionistas, mesmo quando suas atividades afetam negativamente a comunidade envolvente ou mesmo os trabalhadores da empresa (Kang, 2002).
É incorreto afirmar que o capitalismo, assim como o libertarianismo, é baseado na promoção dos direitos individuais porque o capitalismo moderno provou que são os acionistas, como executivos corporativos, e não os cidadãos comuns, os que mais se beneficiam do livre mercado. Karl Marx afirmou que os lucros capitalistas correspondem essencialmente à mais-valia criada através do roubo do trabalho humano (Kang, 2002). Embora isso possa não ser necessariamente preciso em todos os casos, é evidente que os capitalistas tendem a se deparar com escolhas difíceis, seja para preservar seu respeito pelos direitos individuais ou atingir os objetivos corporativos às custas de outros (Takala, 2007).
Em contraste com os capitalistas, os libertários não priorizam as necessidades e desejos das pessoas ricas, nem defendem os sistemas de governo que podem ter sido criados para atender aos seus caprichos. O libertarianismo apóia um mercado onde cada cidadão, rico ou pobre, tem oportunidades iguais de participar do mercado vendendo serviços ou produtos. Os libertários também desistem de apoiar a intervenção do governo no mercado, porque isso geralmente resulta em grandes corporações recebendo inúmeros benefícios devido às suas contribuições ao governo.
Conclusão
A principal diferença entre capitalismo e libertarianismo tem a ver com a implementação dos direitos dos cidadãos. Embora ambas as teorias afirmem apoiar os direitos de todos os indivíduos de possuir propriedade e participar das operações de mercado em bases iguais, o capitalismo não apóia esse fato na prática. As condições criadas pelo capitalismo tendem a apoiar o desenvolvimento de organizações corporativas que oprimem os membros da população em geral para obter mais lucros.